Raid Btt Lagoas de Mira’14

Após um longo e intenso ano de 2013, no que ao Btt diz respeito, é tempo de virar a página e encontrar novos desafios sobre rodas. Para começar o ano betetista, nada melhor do que a participação num novo evento. O início de 2014 teve alguns pontos em comum com o começo do ano transacto. Novamente o arranque foi dado mais a sul, numa prova desconhecida mas, desta vez, tive o prazer de contar com a companhia de alguns elementos da Rota da Rolha BTT. O evento escolhido foi o 6º Raid Btt Lagoas de Mira. Pela frente tínhamos duas distâncias à escolha (35 ou 55 kms). Apesar de ainda estarmos a recuperar dos abusos da quadra natalícia, quer a baixa altimetria, quer o baixo relevo da zona, encorajaram-nos a optar pelo percurso mais longo. A bem dizer, fui eu que tratei de convencer os restantes elementos para que desta vez fizesse-mos uma maratona. Portanto, se a coisa desse para o torto iria sobrar para mim!

O dia amanheceu fresco e cinzento. Intacta estava a fé que assim se aguentasse. Mas, as suspeitas de chuva dominical, que se foram formando ao longo da semana, viriam a ser confirmadas durante a prova. Cerca de uma hora e meia após a partida a chuva resolveu ser ela própria um obstáculo, coisa que até então tinha sido quase inexistente. Os quilómetros iniciais foram sempre bastante rolantes, por vezes até em demasia, com bastantes rectas convidativas a uma pedalada forte. Na primeira dezena de quilómetros fiz o aquecimento, enquanto ia trocando umas palavras com o Mota, e quando já estava a entrar num ritmo interessante eis que se dá o clássico engarrafamento. Um troço de terreno mais alagado obrigou-me a perder uns cinco minutos. Talvez um pouco aborrecido por ter arrefecido o ritmo devido a algo que não o justificava, desde aí, fiz todo o percurso de trás para a frente, sempre imprimindo um bom ritmo. Ritmo esse que não abrandei quando cheguei ao primeiro abastecimento, aos 20kms, no qual não parei. Sentia-me bem, tinha reservas e muita vontade de pedalar. Os quilómetros seguintes foram feitos debaixo de chuva, por vezes intensa. Os estragos desta chuva fizeram sentir-se no “Trilho da Telha” onde uma lama barrenta se colou nos pneus, roubando toda a aderência e dificultando o equilíbrio da bicicleta. Poucos quilómetros depois do segundo abastecimento (40kms) chegávamos ao ex-libris do evento: o crossódromo! Confesso que estava bastante curioso para ver o resultado do trabalho da organização, neste ponto específico, o qual tanto publicitaram. Realmente estava bastante original e empolgante a passagem por cima de dois carros velhos. Não menos original, mas mais monótono, estava o caracol criado pela organização, ao jeito do Jogo da Glória. Foram muitas voltas sem sair do mesmo sítio. No entanto saúdo-os pela originalidade. Os restantes quilómetros foram ao ritmo dos primeiros, na companhia da chuva e da lama.

Apesar de ter optado pela distância maior, foi um traçado muito bom de se fazer e tenho a certeza de que, com outras condições meteorológicas, trata-se de um belo passeio. Todo o percurso estava bem marcado e sinalizado, bem como os cruzamentos que  estiveram sempre bem vigiados. Quanto à organização, tenho que dar várias palavras elogiosas. Desde a recepção, à constante simpatia, passando pela originalidade do prémio para equipa mais numerosa e para equipa com mais elementos femininos valer um leitão, pela boa disposição sempre visível (por exemplo nos nomes dos trilhos), até ao sorteio de brindes tudo foi impecável. A qualidade dos banhos das bikes e dos atletas esteve irrepreensível! Sentiu-se o abraço da organização.

Gostei da experiência. A repetir, certamente.

Ricardo Marques
13/01/2014

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