XVII Raid BTT Lama Solta

Ahh, as saudades que tínhamos disto!!

De sair da cama às seis da madrugada, da logístita de preparar o saco, de montar os suportes para as bicicletas, de fazermo-nos à estrada e nela assistirmos ao raiar do dia.

Cerca de dois anos e meio após a última presença massiva num evento de btt, período de ausência marcado por pandemias e pandemónios vários que reduziram a aparição Rolha a apenas um ou outro momento digno de registo, escolhemos o Louriçal para o regresso.

“Não voltes nunca ao local onde já foste feliz!” E porque não?!?

Com as transactas experiências de 2014, 2015 e 2016, sabíamos de antemão que este raid era a opção certa para reunir as tropas, pois o Raid Lama Solta tem tudo aquilo que prezamos neste desporto: bons trilhos, diversão, gargalhadas, companheirismo, amizade e, claro está, bons reforços!

Até o S.Pedro se vestiu a rigor para o evento, brindando os seiscentos participantes com um belo dia para a prática da modalidade.

O relógio marcava nove horas em ponto quando o speaker forneceu as últimas indicações aos atletas, ansiosos por gastar pneu.

Para manter a tradição lá nos posicionamos na cauda da grelha de partida e, mesmo antes do início, ainda fomos abordados por um casal de feirantes ciganos que nos tentaram impigir artigos têxteis de qualidade duvidosa. Mas, vestidos a rigor estávamos nós, portanto não caímos no conto do vigário.

Com a pontualidade habitual, quinze minutos depois das nove da manhã, finalmente colocámos o pé no pedal e enfrentámos a primeira subida do dia, da cauda do pelotão até ao pórtico de partida!

Os primeiros quilómetros foram bastante rolantes, primeiramente pela vila e depois por estradões ladeados por campos de cultivo. Tudo ía bastante fluído até que, cerca dos sete quilómetros, se dá o primeiro (e único) engarrafamento do dia. Na verdade, era de pressão e bem fresquinha! Os metros de fila desaguavam numa ponte suspensa sobre o Rio Pranto, que unia uma das margens a…uma galera de um camião!!!!onde eram servidos finos, acompanhados de presunto!!! Eis o Trilho da TIL!

Ainda com o copo de cerveja pela metade, transportado entre dentes, deparo-me com a GNR a orientar o trânsito no cruzamento próximo. Tento, sem êxito, camuflar o néctar de lúpulo, perante o riso dos agentes da autoridade, que me deixaram seguir caminho sem repreensão.

Antes de abandonar a estrada depositei o copo vazio no contentor para o efeito. Este pequeno gesto devia fazer parte dos hábitos dos desportistas. É lamentável andar por esses trilhos dentro e encontrar no chão embalagens vazias de barras e gel energético. Esse lixo não pesa nada, portanto transportá-lo num bolso até ao caixote mais próximo ou até ao final das vossas voltas é um dever de todos nós.

A cerveja ainda estava a descer pelo esófago quando os primeiros singletracks surgiram. O clássico Trilho da Avozinha seguido pelo Cuidado com a velha deram as boas-vindas ao Parque de Diversões Lama Solta! Um começo inclinado, ideal para queimar a cervejinha ingerida, acordou o corpo para o que se seguiria. Um ziguezagueante sobe e desce pela floresta do Louriçal e arredores, este ano com mais pó do que lama, através de trilhos fantásticos onde a adrenalina andou sempre no máximo á semelhança das suspensões das bicicletas e a diversão teve via verde! Numa dessas subidas estavam duas ginastas perdidas, de megafone em punho, que não se cansavam de incentivar os betetistas!

Ainda a recuperar o fôlego do Trilho Até te Borras – não faltava uma sanita e papel higiénico no final da descida? – chegámos ao primeiro reforço. Tudo de sorriso no rosto, tanto pelo trajecto já percorrido como pela promessa de uma cerveja fresca á nossa espera. Apesar de ainda ser muito cedo já todos tinham peripécias para contar, vontade de continuar o trajecto e, mais do que tudo isso, os estreantes neste evento já demonstravam vontade de regressar!

Com uma série de brindes feitos e com as energias repostas voltamos a arrepiar caminho a todo o gás, até sermos interceptados por duas trabalhadoras da construção cívil que estavam a concluir um muro que dava por encerrado o percurso mais longo da prova, o que nos deixou um pouco desiludidos. Mas não baixámos os braços e, visto que o nosso percurso iria ter menos quinze quilómetros, decidimos aplicar a energia de sobra ajudando as trabalhadoras na construção do muro. Por isso, o Pedro e o Zé Manel estacionaram as bicicletas e meteram mãos à obra. Munidos de pá, betoneira, colher de trolha, fita métrica e nível fizeram corar de inveja o melhor dos trolhas! Como recompensa, tiveram direito a um lanche matinal à base de pão e enchidos, regados com sumo de uva!

Com mais uma obra no currículo lá continuamos nós, rumo a mais uma empreitada de trilhos.

Mais descida, menos descida chegámos ao ponto de união dos dois percursos. Um semáforo intermitente, sim um semáforo!, alertava para isso mesmo. Aliás, pensando melhor, não sei se o aviso seria devido ao cruzamento de percursos ou se seria por o diabo andar à solta, ou melhor, uma diaba e dois anjinhos. Mais uma barrigada de risos e uma sessão fotográfica para a posteridade!

Já prestes a retomar caminho, uma mesa á sombra chamou por nós. Nela jaziam garrafas de vários licores, com cores e aromas distintos. Bem, escusado será dizer que não partimos sem brindar!

Daí até ao final, mais uma dose de trilhos alucinantes, dos quais destaco o Trilho do Manso com o seu serpenteado entre pinheiros e descidas onde nem todos escaparam sem beijar a caruma, que o diga o ciclista da bicicleta amarela que voltou a cair no mesmo sítio de 2016!

Mais ponte menos ponte, eis que chegámos à cabaninha da cerveja e da música ao vivo. Isso mesmo, uma cabana de madeira, onde nos serviram um fino de entrada, seguido de música ao vivo no interior da mesma, onde até um coelho louco fez um espectáculo de paul dance! Meu Deus, seriam alucinações provocadas pela cerveja?

Num estalar de dedos chegámos à meta, quase em simultâneo e de barriga quase cheia pois ainda tínhamos espaço para mais uns trilhos.

Para finalizar o excelente dia por terras do Louriçal, participámos do tradicional almoço convívio onde não faltou a especialidade de bacalhau na brasa, acompanhado por batata a murro, ou a alternariva massa com carne. Apenas ficou a faltar, e deixámos como sugestão, uma alternativa vegetariana.

A décima sétima edição deste mega evento de btt, organizado pelos Lama Solta, continuou a corresponder a todas as expectativas, quer a nível dos percursos, quer a nível de organização.

Foi muito bom rever amigos, matar saudades destes trilhos e voltar a respirar btt!

Sem dúvida alguma que nos DIVERTIMOS SEM MODERAÇÃO!!!

ROTA??

Ricardo Marques

25/09/2022

Etiquetado , , , , , , , , , ,

Maratona da Póvoa’18

IMG_20181015_231416Cerca de quatro anos depois eis que regresso aos trilhos poveiros. Nos primeiros anos de betetista percorri vários (muitos) quilómetros por estas terras, povoadas de gente humilde, guerreira e entusiasta desta modalidade.

O fim de semana estava assombrado por um alerta laranja/vermelho causado pela passagem de uma tempestade pela região. Felizmente a Leslie tomou outra trajectória e poupou o evento.
No entanto, os atletas não se livraram de uma valente chuvada, em plena box, enquanto aguardavam o sinal de partida. Ao que parece foi apenas a bênção do S.Pedro ao quase milhar de betetistas que aceitaram o desafio de percorrer uma das distâncias disponíveis (50 ou 70kms).

A partida, de mãos dadas com o revolto mar poveiro, foi supersónica como é apanágio e os quilómetros iniciais, percorridos em estrada, direccionaram os atletas para o lado leste da A28, rumo à zona florestal e aos seus trilhos.FB_IMG_1539601465706

Os quilómetros iniciais permitiram-me recuperar algum dano causado pela partida na última box (os lugares eram atribuídos mediante a ordem de inscrição) e consegui colar-me na roda do Rolha Carlos e acabámos por fazer toda a prova em conjunto.
Como seria de antever, os trilhos encontravam-se encharcados, algo escorregadios em certas zonas, mas ainda assim nada lamacentos e bem cicláveis.
Com agrado recordei alguns trilhos que já tinha percorrido em anos anteriores e outros que tinha percorrido recentemente, como foi o caso do Caminho Português Central de Santiago. E como é fantástico encontrar sempre peregrinos pelo Caminho, independentemente das condições climatéricas.

O reforço uma vez mais foi servido, e muito bem servido, no Rates Park. Água, sumos, frutas, bolos, pão, presunto, marmelada, enfim, um verdadeiro banquete.IMG-20181014-WA0023Após o repasto seguiu-se um divertido singletrack ,em permanente subida, ao qual se seguiu a descida final até à costa poveira.

Os cinco rolhas foram unânimes em dar os parabéns à organização pela bela manhã de btt que nos proporcionaram. Tudo esteve à altura, desde trajecto ao reforço, passando pela sinalização e pelos vários fotógrafos.
Bom ambiente, sem dúvida.

Ricardo Marques
14/10/2018

Etiquetado , , , , , , , , , , , ,

No Vale do Uíma 2018

33399221_829327353932019_3506096419222061056_nAinda a ressacar da conclusão do TransPortugal e com a navegação por GPS ainda activa, lá partimos nós rumo a mais uma aventura.

Desta vez, e por sugestão do Miguel, rumámos a Crestuma, com uma comitiva de oito rolhas, para participar no evento organizado pelos Trepa Trilhos Team. O No Vale do Uíma tratava-se de um passeio, com orientação por GPS, e tinha como objectivo de divulgar o Rio Uíma e as suas margens, bem como alertar para os problemas da poluição e desflorestação desenfreada.
O objectivo de aliar a prática desportiva, nomeadamente através do BTT, à vertente didáctica e de consciencialização da comunidade era bastante interessante e um bom cartão de visita.
Apesar de grande parte do trajecto ser percorrido em solo gaiense, não tínhamos noção da beleza e variedade dos trilhos que temos na nossa zona.

Já tínhamos ouvido falar maravilhas acerca dos eventos dos Trepa Trilhos Team, da sua óptima organização, da sua forma acolhedora de receber e da sua boa onda.
Este evento não defraudou as expectativas. Pequeno almoço de boas vindas, três reforços (café e bolachas,churrasco, bifanas, cerveja, água, pão, bolos, fruta), três pontos de água, dorsal, fotógrafos, animação, humor e banhos no final.
Tudo isto pela módica quantia de 0€!!!
Já participámos em inúmeras provas e eventos de BTT, por este país e além fronteiras, e confesso que foi a primeira vez que experienciamos algo deste género!

Estão sem dúvida alguma de parabéns, pela originalidade e organização irrepreensível. De fazer inveja e envergonhar muitas outras!

Um dos chavões dos Trepa Trilhos Team é De amigos para amigos. Creio que este slogan resume na perfeição aquilo que se viveu pelas margens do Uíma.

Nós, sentimo-nos em casa!

Até breve!
ROTA!?

Ricardo Marques
28/05/2018

Etiquetado , , , , , , , , , , , ,

Eiras SingleTrack’17

18447147_1442844165758935_7008528247541549562_n
Foi exactamente o que aconteceu com a comitiva da Rota da Rolha BTT, que este ano marcou presença na nona edição do Eiras SingleTrack com seis elementos (infelizmente o sétimo inscrito não participou devido a baixa médica), contrastando com a dupla presente em 2016.

As memórias do ano transacto e os relatos que fiz acerca de singletracks brutais, ao longo de um quarteirão de quilómetros, despertaram o interesse no seio da família rolha. Carregava uma enorme responsabilidade pela publicidade feita, mas estava confiante pois sabia que a malta da Roda Pedaleira não me iria deixar ficar mal.

Como é hábito o toque de alvorada foi dado quando o dia tinha apenas meia dúzia de horas e lá rumámos nós ao centro do país. Ao desaguarmos em Eiras a animação estava já instalada, com a habitual rotina de levantamento de dorsais e de ultimar pormenores.

O alcatrão inicial rapidamente deu o seu lugar aos trilhos, que foram surgindo quilómetro após quilómetro. Com cerca de duzentos participantes a pedalarem em trilhos estreitos, seria expectável que surgisse um engarrafamento inicial. Mas, a malta da Roda Pedaleira contornou bem esta situação criando, logo nos primeiros quilómetros, um singletrack bastante técnico, composto de passagens estreitas e escadas, onde um elemento do staff geria a descida dos participantes em conta gotas. Esta “travagem forçada” permitiu esticar o pelotão e não voltaram a surgir engarrafamentos até ao final.

Se Abril não foi de águas mil, em Maio estava a chover como o c@r&!#*, por isso era de prever um terreno algo escorregadio. Porém, o terreno apresentava-se impecável, com segmentos escorregadios é certo, mas nada mole e super ciclável.

Do menu constavam pelo menos 14 singletracks certamente cheios de adrenalina e diversão, onde a destreza e os famosos kit de unhas seriam colocados à prova. E assim foi!
Que trilhos fantásticos, muitos deles criados no meio do nada, descidas vertiginosas, paisagens brutais.
Os adjectivos são escassos para descrever os 25 quilómetros de diversão, sediados em Eiras.

Terminámos esgotados, com algumas medalhas resultantes das várias quedas, mas com muitos sorrisos.
Pena que a fraca condição física em que nos encontramos não nos tenha permitido desfrutar ainda mais dos trilhos, pois são merecedores disso!
Pessoalmente foi uma satisfação ouvir os meus companheiros no final exclamar “Duro mas altamente! É para repetir!”

A cereja no topo do bolo foi a conquista do nosso primeiro troféu, um terceiro lugar entre as equipas mais numerosas!

Mais uma vez, a malta da Roda Pedaleira esteve impecável, tanto na gestão do percurso, como no pós passeio.
Simpatia sempre presente!

Ricardo Marques
2017/05/14

Etiquetado , , , , , , , , , , ,

Rota dos Besouros’17

Comdorsal o mês de Janeiro em pleno sprint final chegou o momento de carimbar o regresso às provas de btt. O treino intermitente e a forma física duvidosa pediam algo rolante e com pouca altimetria. A escolha recaiu no regresso à Rota dos Besouros, em Sepins, Cantanhede.

Após longos dias gélidos, porém secos, onde as vagas de frio dominaram as notícias e o dia-a-dia, eis que o S.Pedro se apercebeu da proximidade da Rota dos Besouros e decidiu ordenar o regresso da chuva. Segundo fiquei a saber hoje, dias de sol e Rota dos Besouros são uma raridade.
A participação na edição de 2015 (ver aqui) ficou marcada por muita lama, cenário que não sofreu grandes alterações nesta 11ª edição do certame. Hoje, à muita lama veio juntar-se a chuva que, embora fraca, não cessou funções.

Depois de um ligeiro atraso na partida, os primeiros quilómetros foram, como é habitual, percorridos em alcatrão. Mas, assim que saímos da estrada, começou o espectáculo de lama, enormes poças de água, raízes, e, por vezes, verdadeira patinagem em duas rodas.

A primeira quinzena de quilómetros foi maioritariamente em estradões, uns com mais lama e água do que outros, mas geralmente rápidos.
Aqui e ali foram surgindo uns segmentos engraçados, tais como, uma travessia numa ponte de estrados, um singletrack bastante ondulante e uma ou outra descida mais a pique.

O tratamento de lama continuou até ao reforço, situado por volta do quilómetro vinte e três.
Neste ponto o tratamento foi outro!
Dois fogareiros iam fornecendo churrasco variado aos participantes enlameados, pão e vinho também não faltavam. Para os menos audazes ainda havia fruta diversa, marmelada, bolinhos, sumos e água.
Tudo isto era condimentado pela música pimba que “bombava” sem pudor.

Com o estômago mais aconchegado era tempo de regressar à lama que, daqui em diante, foi predominante.
Por esta altura, já tinha decidido abdicar de percorrer os cinquenta quilómetros. Ainda me sentia bem mas, mais quilómetro menos quilómetro, o estado do terreno iria fazer estragos.
Por isso, optei por tirar o melhor partido possível do que restaria para concluir o trajecto referente aos trinta quilómetros.
Esta fase final foi a mais divertida, onde vários singletracks assumiram papel de destaque. Slaloms entre árvores, descidas escorregadias e trilhos estreitos fizeram as delícias dos participantes.

À chegada, aguardava-nos uma excelente sopa à lavrador bem quentinha. E que jeito deu para aquecer o corpo e a alma!

Por apenas haver uma mangueira disponível, abdicámos da lavagem das bicicletas. E bem que precisavam de uma lavagem!
Os banhos foram em modo “quente/frio”, pois a temperatura da água não era constante.
A 11ª edição da Rota dos Besouros terminou, como é habitual, com um belo repasto de leitão à bairrada.

A organização está, mais uma vez, de parabéns. Ninguém é perfeito e falhas há sempre mas, dadas as condições climatéricas e o estado dos trilhos, conseguiram proporcionar uma bela manhã de btt aos dois elementos da Rota da Rolha que marcaram presença.

Ricardo Marques
29/01/2017

Etiquetado , , , , , , , , , , , , , ,

Lama Solta’16

“- Vamos à festa?
– Vamos, sim!! Mas onde?
– Epá, isso nem se pergunta! Vamos onde a verdadeira festa acontece, no Louriçal claro!!”

E foi assim pelo terceiro ano consecutivo.
A freguesia do Louriçal e o Raid Btt Lama Solta entraram definitivamente no nosso mapa betetista. Pode dizer-se que foi “amor” à primeira vista. E esse “amor” tem vindo a aumentar, expresso este ano pela participação recorde de oito elementos do Rota da Rolha BTT, três deles estreantes.

Uma organização de excelência, constituída por gente empenhada, unida, com um notável espírito de bem receber e com visível orgulho naquilo que faz, são os pilares de um evento sem igual.
E, após duas participações, quando já pensávamos ter visto tudo aquilo que podem oferecer, lá estão eles a surpreender: ora com mais um trilho, ora com mais efeitos sonoros, ora com mais comédia e boa disposição.
Não me canso de dizer (e de escrever) que encarnam na perfeição o verdadeiro espírito do BTT, fazendo com que cada um dos participantes se sinta em casa. Isso poucos conseguem! Só quem lá vai entende a loucura de, num domingo, sair da cama pelas seis da manhã.

Vamos ao filme de 2016…

No Raid BTT Lama Solta, este ano novamente com dupla opção _ Passeio (35km) ou Raid (50kms) _ ,há classificação por tempo. Mas, para os Rolhas, o cronómetro que mais importa é o da contagem decrescente para o início da prova. Esse é o nosso verdadeiro contra-relógio e, fruto da “dureza” do mesmo, a cauda do pelotão está sempre reservada para nós.

Infelizmente, este ano acabámos por “pagar caro” por isso. Os primeiros singletracks surgiram um pouco mais cedo e com eles os primeiros engarrafamentos.
Assim, em modo pára-arranca,  foram os primeiros quinze quilómetros.
Quando já fazíamos contas se ainda teríamos chance de chegar à divisão dos dois percursos antes do fecho do Raid, somos literalmente atacados por dois capuchinhos vermelhos, vítimas de um lobo mesmo mau. É difícil aguentar tamanha violência…florestal!

Chegados ao reforço, já contabilizávamos duas horas e a “porta” do Raid estava quase a encerrar.
Reunida a família, excepto o Sotero e a sua bicicleta a motor, chegámos à conclusão de que havia apenas dois voluntários para percorrer os cinquenta quilómetros.
A cinco minutos do fecho, eu e o Mota, conseguimos embrenhar pelo percurso mais longo. Tínhamos noção para aquilo que iríamos e o que nos esperaria.
Comparativamente com as duas edições anteriores, desconfiávamos que os duros mas belos trilhos da pedreira fariam parte do menu.
E assim foi.
Quilómetros de sobe e desce, em formato de carrossel, foram fazendo mossa e, à passagem dos trinta e sete quilómetros, as primeiras cãibras foram dando sinal. Durante cinco quilómetros foi um martírio, ora surgiam numa perna, ora na outra.
Pensar em desistir? Nem por sombras! A experiência do ano anterior não era para ser repetida e este ano era para chegar à meta, nem que fosse a rastejar!

Quando já fazia contas aos quilómetros que restavam eis que surgem mais duas novidades para mim, visto que no ano passado não concluí a totalidade do percurso. A primeira consistia na passagem de uma lagoa através de uma ponte semi flutuante.
A novidade seguinte tratava-se da passagem pelo interior de uma galera de um camião, com máquina de cerveja incluída (já seca, infelizmente).

Cansado, mas de alma cheia, cheguei à meta mais de cinco horas depois da primeira pedalada. Mas, tal como referi, o tempo final é irrelevante.

Tal como em 2015, a festa estava montada no Instituto D.João V, com um mega almoço, música, entrevistas da Lama TV e muita música.

De salientar um percurso de qualidade, recheado de singletracks brutais e subidas “quebra correntes” qb; a presença constante de elementos do staff nos cruzamentos; muitos pontos de água; sinalética sempre divertida; animação e criatividade; banhos quentes (até demais) mesmo às três da tarde; dorsais personalizados com nome de atleta e equipa; brindes originais e sempre úteis.
Quanto à troca das fitas pela cal, pessoalmente não sou grande fã do sistema, mas até cumpriu.

Quando já sabemos “aquilo que a casa gasta” os lamacentos insistem em mostrar uma invejável capacidade de surpreender. E ainda bem para todos aqueles que se deslocam ao Louriçal, em Setembro.

Um bem haja a todos!
Até 2017

P.S.:Para quando um trilho da rolha?!

Ricardo Marques
2016/09/25

Etiquetado , , , , , , , , , , , ,

Rota de Souto’16

_20160719_234741Parece que se passaram séculos desde a última participação numa prova de BTT. O enguiço de lesões que, nos últimos tempos, assolou alguns elementos da equipa, aliado a indisponibilidades várias, obrigaram-nos a uma breve pausa no panorama betetista.
Diz o ditado que “não há fome que não traga fartura” e nós queremos fazer jus a essas sábias palavras.

Depois de no mês anterior termos percorrido os 250 kms do Caminho de Fátima, ao longo de três etapas, decidimos que o mês de Julho era merecedor de uma prova de BTT.
Para “apadrinhar” o regresso optámos pela IV Rota de Souto, em S. Miguel de Souto, às portas de Santa Maria da Feira. Seria uma estreia absoluta neste certame. Bom, para ser sincero, tratou-se de uma “meia estreia” pois, em Dezembro último, recorremos ao track de GPS da edição de 2015 para nos servir de palco ao nosso convívio de Natal. Como gostámos dos trilhos decidimos voltar, agora mais “a sério”.

E que bela comitiva se apresentou em terras de Souto! Nada mais nada menos que sete elementos, entre os quais um estreante nas lides betetistas.

Apesar de o nosso “feirense” ter realizado o levantamento dos dorsais no dia anterior à prova, como é nossa imagem de marca, arrancámos bem na cauda do pelotão. Atrás de nós estariam meia dúzia de bicicletas apenas.
Ainda antes da partida, o pároco local procedeu à cerimónia da bênção das bicicletas. E bem precisaríamos dessa bênção para enfrentar os quarenta quilómetros, com cerca de mil e cem metros de acumulado de subida.
Para apimentar ainda mais estes dados havia a “guerra” entre S.Miguel e S.Pedro. Enquanto que o primeiro nos presenteava com o pó nos trilhos, o segundo brindava-nos com muito calor.
Como forma de compensar estas dificuldades fomos surpreendidos por trilhos fantásticos, rasgados nos bosques circundantes e pejados de motivos de adrenalina. E houve de tudo um pouco: chicanas entre o arvoredo, subidas exigentes, descidas supersónicas e bons singletracks. Mesmo a estrada, por vezes, oferecia-nos obstáculos, nomeadamente paredes para trepar.
Por outro lado, a estrada trazia a energia dos populares, que vibravam bastante à nossa passagem. Alguns elementos do Rota da Rolha BTT receberam o incentivo popular em estado líquido, através de vinho e champanhe.

A organização está de parabéns pelo certame apresentado pois, no somatório dos pontos chave, esteve bastante bem: a presença de fotógrafos foi bastante evidente ao longo do percurso, assim como de elementos do staff nos cruzamentos; a nível de sinalização achámos que estava presente de forma abundante e eficaz; o reforço não era muito abundante em variedade mas cumpriu a missão e, além disso, houve dois durante o percurso; os pontos de água também foram em grande número, um elemento fundamental para vencer o calor; a lavagem das bicicletas e até mesmo o almoço. Relativamente ao percurso, tínhamos como referência o percurso da 3ª edição, e fomos completamente surpreendidos pela positiva.

Regressámos com um mega empeno, mas regressámos contentes.

Ricardo Marques
2016/07/17

 

Etiquetado , , , , , , , , , , , ,

Eiras Singletrack 2016

Vinte e cIMG_20160502_164015inco quilómetros em singletrack? Como é possível fazer tal coisa? Nahhh, certamente é publicidade enganosa.
Enganam-se os que assim pensam pois não só é possível como é real! E é no centro do país que está montado o parque de diversões, mais concretamente na freguesia de Eiras, na periferia de Coimbra.

Em pleno Dia do Trabalhador o sol não tirou folga e apareceu em força, tal como o vento que ameaçava ser um empecilho.
À nossa chegada, no interior da escola, o espectáculo já estava montado. O levantamento dos dorsais e o pequeno almoço foram acompanhados por muita música, proveniente de uma mega coluna sonora. Num recanto, havia malta a fazer churrasco e a beber cerveja. O Eiras Singletrack aparentava ter a nossa cara.

Antes da partida houve ainda tempo para, em dois dedos de conversa, rever companheiros de pedalada.
Com a expectativa em alta e uma enorme curiosidade por satisfazer arrancámos para, esperávamos nós, uma barrigada de singletracks.

O alcatrão inicial rapidamente passou a memória longínqua e os trilhos foram surgindo uns atrás dos outros. E que trilhos!
Durante pouco mais de duas dezenas de quilómetros apenas houve espaço para a diversão, para os “eishh, que loucura!”, para a adrenalina nos píncaros, para muito riso (mesmo aquando das quedas) e para a surpresa constante.
Descidas vertiginosas, subidas exigentes, Vinho do Porto em pleno monte, pedra, vegetação, ruínas, moinhos, pontes, ziguezagues, escadas que desaguam dentro de um café!!, pátios de casas,… houve de tudo um pouco. E tudo tão bom!

É de louvar o trabalho realizado pela Roda Pedaleira na procura e construção dos trilhos por onde pedalámos. Onde parecia impossível circular lá estava um trilho, onde o terreno não permitia continuar lá estava uma ponte. Nunca é de mais recordar que a diversão de uns advém do esforço prévio de outros.

A explosiva carga de singletracks no terreno deu lugar a um último singletrack dentro da escola. Uma enorme mesa serviu de palco a um mega almoço de convívio, onde se recordaram as peripécias vividas ao longo da manhã.

A Roda pedaleira está de parabéns pela manhã de diversão proporcionou a todos aqueles que se deslocaram a Eiras. Os trilhos, uns mais agressivos que outros, eram divertidos e variados. A população vibrou à nossa passagem e o staff mostrou-se sempre preocupado e prestável. Pena a água fria no final, mas estávamos avisados.

Esperamos voltar futuramente com mais elementos do Rota da Rolha BTT.

Ricardo Marques
2016/05/01

 

Etiquetado , , , , , , , , , , ,

Rota da Lampreia’16

Imagem1

Aonde nos vamos meter?

Era este o pensamento que nos dominava, perante o cenário climático que se desenhava diante dos nossos olhos. O vento frio aliado à chuva intensa, que dificultava a visualização das marcações da auto-estrada, faziam antever uma manhã de BTT bem complicada. Para ajudar à festa o S.Pedro também nos brindava, aqui e ali, com flashes e foguetes, leia-se relâmpagos e trovões.
Felizmente, apenas se tratava do cartão de despedida do Grande Porto pois, ao chegarmos a Darque, apenas o vento insistia em nos acompanhar.

No secretariado, instalado no centro de canoagem local, ainda equacionámos em requisitar uma canoa para percorrer os 35 quilómetros da V Rota da Lampreia mas, apesar de haver lá uma em tons de verde, pendant perfeito com o nosso equipamento, desistimos da ideia e permanecemos fiéis às nossas companheiras de duas rodas.

Ultrapassada a habitual logística que antecede a primeira pedalada rumámos ao local de partida, situado na margem do rio Lima, junto ao edifício da Associação de Reformados de Darque. Curiosamente ao chegarmos ao local o movimento era reduzido. O mau tempo demoveu muitos participantes, pensávamos nós.

Como ainda nos restava algum tempo até ser dada a ordem de partida resolvemos aquecer o corpo à custa de um café, cortesia da organização.
Até parece que estavam todos a aguardar uma “distracção” nossa para nos reservarem a cauda do pelotão. Assim que terminámos o café já a box de partida estava repleta, sobrando-nos por isso os lugares do costume. Estávamos lá para nos divertirmos e esse foi apenas mais um motivo de gargalhada.

A Rota da Lampreia foi um dos primeiros eventos de BTT em que participei. Estive presente na sua primeira edição, em 2012, e na altura fiquei com uma boa impressão acerca do trajecto e dos trilhos da região, apesar da pouca experiência enquanto betetista. A vontade de regressar a Darque existia e foi satisfeita este ano.
Nesta quinta edição contávamos estar presentes com cinco elementos Rota da Rolha BTT mas, por motivos diversos, a comitiva ficou reduzida a apenas dois elementos. Mas o espírito manteve-se e a motivação também.

Os primeiros quilómetros foram em estilo slalom entre as inúmeras covas cheias de água, sempre ladeados pelo rio Lima, perante o olhar atento da cidade de Viana do Castelo lá na outra margem.
Das margens fluviais rapidamente passámos para a costa atlântica. Um passadiço de madeira, qual passadeira estendida, fazia a separação entre a praia e um parque de campismo.
De povoação em povoação rumámos a Castelo de Neiva, local onde estavam reservados alguns dos melhores e mais técnicos trilhos da manhã. Curiosamente, a maior parte deles situava-se em pleno Caminho Português de Santiago, versão da costa. Felizmente, para bem de todos, não nos cruzámos com nenhum peregrino nesta fase em que adrenalina subiu um pouco.
Com o objectivo de recuperar o fôlego, ainda nesta zona, estava situado o reforço. Sumos, água, fruta e doces ajudaram a retemperar as forças e permitiram atestar o depósito para o que ainda faltava pedalar. Quase de saída fugazmente ouvi alguém dizer que o pior ainda estava para vir. Simples brincadeira, pensei eu.
Logo após o reforço cruzei-me com um considerável grupo de participantes em contra-mão. Pelos vistos, tantos olhos foram insuficientes para avistar uma fita mais escondida. Felizmente recuperaram o trajecto correcto mesmo a tempo de serem brindados com um segmento pejado de lama, pedra e água onde foram necessários alguns dotes de equilibrismo para conseguir evitar betetistas menos ousados.

A chuva, que até então não passava de uma ameaça, resolveu desabar a cerca de dez quilómetros do final. Mas, foi visita de médico pois, passados uns momentos o S.Pedro fechou a torneira e até deixou escapar um tímido raio de sol.

No regresso à civilização serviram-nos o bolo completo, com a cereja no topo incluída! Nahhhh, não comecem a pensar que houve segundo reforço repleto de doces. Nada disso! Falo-vos de um fantástico segmento de downhill urbano onde não podiam faltar as belas escadas. Ora em degraus desgastados pelo tempo, ora em escadarias modernas, as descidas foram surgindo entre vielas labirínticas. Não esperávamos este brinde, mas gostámos muito de abrir as suspensões e rolar por ali abaixo.

Mas, as surpresas não terminariam ali. À semelhança da primeira edição, a V rota da Lampreia teve como ponta final um trilho junto do rio Lima, mas este ano havia a novidade de uma ponte construída para o evento.
Para acedermos à recta da meta foi necessário pedalar em pleno rio Lima, tarefa possível graças ao facto de a maré ter baixado.

No final, como tem vindo a ser hábito nas provas em que participámos, houve sorteio de brindes para os participantes. A minha sorte foi agoirada e desta vez tirei uma senha sem prémio. Desta vez o premiado foi o Sotero, não com uma garrafa de vinho mas com um frasco de óleo para a bicicleta.

Terminadas as pedaladas pelos trilhos da Lampreia, os amantes da iguaria puderam saborear a rainha da rota, num almoço preparado pela organização. Nós, como da lampreia só gostamos dos trilhos, ficamos pelas sempre deliciosas e fiéis febras.

A Darque Bike Team está de parabéns pela organização deste evento. Apesar de ter cariz não competitivo (sem classificação) conseguiram apresentar bons trilhos, ao longo de um percurso variado. As marcações apresentaram algumas lacunas pois, além do grupo perdido que mencionei, também estive num grupo que perdeu uma fita de marcação no final da última descida de terra antes das vielas e das escadas.
Os banhos e as condições dos balneários eram excelentes. A lavagem das bicicletas também funcionou muito bem e esteve organizada. A presença de vários fotógrafos ao longo do percurso é um aspecto bem positivo. O almoço também esteve à altura.

Resumidamente, foi muito bom voltar a Darque.
Até à próxima!

Ricardo Marques
2016/04/10

 

Etiquetado , , , , , , , , , , , , , ,

Pelos Trilhos da Maria da Fonte’16

_20160314_135836

Reza a lenda que…

Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por António Bernardo da Costa Cabral.
A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento militar que se lhe seguiram, por alterações fiscais e pela proibição de realizar enterros dentro de igrejas.
Iniciou-se na zona de Póvoa de Lanhoso uma sublevação popular que se foi progressivamente estendendo a todo o norte de Portugal. A instigadora dos motins iniciais terá sido uma mulher do povo chamada Maria, natural da freguesia de Fontarcada, que por isso ficaria conhecida pela alcunha de Maria da Fonte.

Ora, graças a este episódio da História de Portugal, nasceu uma bela homenagem em formato de passeio de BTT.
Esta modalidade tem o poder e a responsabilidade de divulgar e preservar, não só as belas paisagens por onde passa mas também as tradições, costumes, história e património das suas gentes. Na qualidade de praticante sinto-me um privilegiado nesse aspecto em particular.

O tempo pré-primaveril brindou-nos com o excelente dia de sol que ansiávamos para poder desfrutar dos duros mas belos trilhos minhotos.
À chegada ao centro da Póvoa de Lanhoso, aguardava-nos a anfitriã, de revólver em punho, com a sua postura guerreira. Felizmente, esse ar intimidador estava imortalizado numa estátua.

As cerca de quatro centenas de participantes aguardaram impacientemente pelas primeiras pedaladas. Mas o ligeiro atraso no início não removeu o entusiasmo dos atletas que, ora munidos de bicicletas de suspensão total, ora de semi-rígidas, ora de velhinhos clássicos, atacaram os quarenta quilómetros com a adrenalina em alta.

O desenho geográfico da região fazia antever um constante sobe e desce inevitável, mas a esse dado foram acrescentados quilómetros e quilómetros de trilhos fantásticos – uns mais técnicos que outros – , paisagens belíssimas, a obrigatória calçada romana, cristalinos riachos, admiráveis exemplares de raça barrosã e a simpatia das gentes.
Predicados de um Minho com muito para oferecer e, claro está, descobrir.

Apesar de se tratar “apenas” de um passeio sem cariz competitivo e sem classificações o grau de exigência foi elevado, quer nas intermináveis subidas, quer nas brutais descidas, quer nos singletracks mais técnicos, tendo sido constantemente necessário um kit de unhas bem afiado!
A exigência aliada à distracção e ao erro de cálculo levaram-me a testar o nível de amortecimento do chão. Felizmente sem danos de maior. Salvaram-se as gargalhadas.

A organização está de parabéns pela bela manhã de BTT que nos proporcionaram.
O local de acolhimento/chegada correspondeu às exigências. Os banhos não estavam maus de todo. A lavagem das bicicletas foi célere mas eficaz.

Quanto ao percurso, foi bem escolhido e teve um pouco de tudo. A presença de elementos da organização e/ou das autoridades nos cruzamentos foi notória.
Estava bem marcado, apesar de nos últimos cinco quilómetros não termos visto uma fita, o que nos levou a descer o monte até ao sopé e voltar a subir até ao reencontro com o trajecto do passeio. Com esta distracção somámos mais dois quilómetros e meio e também um KOM e um segundo lugar no Strava!

Em relação aos reforços, ambos estavam estrategicamente bem posicionados e recheados com a variedade necessária. Contudo, nunca se deve enganar ninguém colocando bebida energética dentro de um barril de cerveja!

Ficaram apenas a faltar as famosas escadas no final.

Este ano, o Rota da Rolha BTT esteve presente com três elementos mas, numa próxima visita, esperamos voltar com mais atletas.

Ricardo Marques
2016/03/13

Etiquetado , , , , , , , , , , , , , ,