Maratona de Sandim’14

Depois de, em 2013, ter participado pela primeira vez na Maratona de Sandim e de ter saído da vila gaiense positivamente impressionado com o evento, este ano era obrigatório voltar a percorrer os fantásticos trilhos da região. De forma a garantir a continuidade de bons treinos, com vista ao passeio anual, nesta edição optei por subir um patamar na exigência do traçado e participei na meia maratona, que tinha como cartaz uma distância de 45 quilómetros de dificuldade média, com um acumulado de subida na ordem dos 1300 metros e um desnível médio de 8%. À partida o desafio apresentava-se duro, mas apetecível. O inverno rigoroso fazia imaginar um terreno pesado mas, o repentino verão quaresmal secou a maior parte do percurso, embora em algumas zonas mais sombrias a lama ainda fosse rainha. À semelhança do ano transacto o sol quente marcou presença. Para ser sincero, já não me recordava de uma prova de btt com sol.

Este ano, a Associação de BTT-TT de Sandim foi premiada com a inclusão desta prova no calendário da Taça XCM Regional do Porto. A meu ver, pela experiência do ano passado, a Maratona de Sandim reunia todas as qualidades para merecer este destaque: bons trilhos, boa organização e muito público. Mas, as coisas não se processaram de forma muito organizada antes da partida. Em primeiro lugar, foi um erro enorme a ausência de um controlo zero antes da entrada para a box de partida, aliás como sucedeu no ano passado. Assim seria evitada a confusão e o ziguezague de dois elementos da organização entre os atletas, com vista a marcar os frontais. Criar boxes por percursos também não seria má ideia. A partida em si sofreu ligeiras alterações, em relação à edição anterior. Os atletas saíram para a estrada para depois aí sim ser dada a partida. A saída dos atletas federados e dos atletas de promoção foi feita em separado.

Os primeiros quinze a vinte quilómetros foram em tudo semelhantes ao traçado do ano anterior. Dei por mim, muitas vezes, a fazer o percurso por instinto pois ainda me recordava de muitas partes do trajecto. As subidas inclinadas e as descidas velozes voltaram a marcar presença. Até à descida que nos levou até à beira-rio,  junto da Etar de Lever, não houve grandes dificuldades para ultrapassar. Como estávamos no ponto mais baixo do percurso seria inevitável que, mais quilómetro menos quilómetro, se iniciasse a subida de regresso a Sandim. A minha teoria veio a confirmar-se logo de seguida com uma brava subida, primeiro em mato e depois em estrada. Aí vi muita malta a quebrar e a desmontar. Até ao momento estava a sentir-me muito bem, sem quebras e sem cãibras. Mas, o pior apareceu dois quilómetros mais adiante. No final de uma subida fiquei sem movimento de tracção. Mais um cepo que foi ao ar e nova desistência por problemas mecânicos. Novamente fui invadido por aquela mistela de sentimentos revoltosos que não vale a pena voltar a mencionar. Fiquei com o amargo de boca por não ter conseguido terminar a prova e de poder superar o desafio a que me tinha proposto. Tenho a plena convicção de que iria conseguir. Mas, para o ano voltarei para fazer mais e melhor! O outro elemento do Rota da Rolha Btt, o Miguel, superou as minhas expectativas e conseguiu terminar a meia maratona. Foi uma proeza, se considerarmos que se tem baldado aos treinos.

Quanto à organização, à excepção da confusão antes da partida, merece os louvores. Excelente percurso, bem marcado, boa disposição e várias actividades para os acompanhantes. Os banhos estavam cinco estrelas. Quanto à lembrança, a ideia de uma medalha de participação esteve engraçada. Pelo menos mais apropriada do que aquelas havaianas número 47 do ano anterior.

Até para o ano.

Ricardo Marques
17/03/2014

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